terça-feira, 31 de maio de 2011

Relicário

Sabe, eu sempre tive o hábito de guardar coisas. E não é um simples guardar, é simplesmente não conseguir se desfazer dessas coisas. Não por mania de estocar entulho dentro de casa, mas por não ter coragem suficiente de jogar fora parte da minha história. Tenho guardado desde nota fiscal de biscoito, comprovante de inscrição do vestibular em que eu passei, bijuterias antigas, a minha coleção de revistas de quando era adolescente, meus diários desde 1997. Enfim, tudo isso faz parte da minha vida! Há quem diga que são quinquilharias, porém tudo isso é parte de mim... Coleções tive muitas, uma delas já mostrei. Depois de um certo tempo, passei a colecionar pessoas, não pelo sentido pejorativo da coisa, mas como algo em que não consigo também me desvencilhar. Essa última talvez seja a mais dura de todas, pois é muito difícil "livrar-se" de uma pessoa, principalmente quando existe sentimento envolvido.
Estou tentando pôr ordem à essa minha síndrome de Diogenes, separando o que não me tem serventia e guardando apenas o que será útil. Não que as pessoas não me sejam úteis, porém é preciso renovar, vivenciando mais o presente... Obvio que não esquecendo o que passou, cada qual será guardado em seu lugar, mas vejo que é de necessidade trabalhar a minha maior dificuldade, que é justamente o enredo destas linhas: O meu medo do desprezo,esquecimento! Não me desprendo das pessoas, só e somente, pelo receio de não povoar as lembranças das mesmas. E esse temor obriga-me a admitir quaisquer adversidades. Não digo que tudo irá mudar, quem sou eu pra saber, porém é imprescindível aterrissar. Querer sempre a capacidade de relembrar o passado é vantajoso, isso se chama nostalgia, e em certas horas faz até bem, mas não querer o anacrônismo e disso,eu acho que já vivi muito! É...Já cansei de escrever.

Um comentário:

M. Eu disse...

É necessário se desprender do passado, principalmente quando este te faz mal...
Como vi em algum lugar, isso não é egoísmo... é amor próprio!